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[SÃO PAULO] Manifestantesbloqueiam linha da CPTM na Zona Leste de SP

Manifestantes que protestam contra uma reintegração de posse voltaram a bloquear com barreiras de fogo a linha 12-Safira (Brás-Calmon Viana), entre as estações São Miguel Paulista e Comendador Ermelino, na Zona Leste de São Paulo, da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), por volta das 19h30 desta segunda-feira (21). A assessoria de imprensa da CPTM informou que os agentes de segurança da empresa conseguiram apagar o fogo e que a circulação de trens, por isso, não chegou a ser afetada.

Manifestantes colocam fogo em objetos para bloquear vias na Zona Leste (Foto: Reprodução/TV Globo)

No fim da tarde, os manifestantes já tinham bloqueado, por cerca de uma hora e meia, o mesmo trecho da linha 12-Safira. Além da linha, às 19h30 os manifestantes colocavam fogo em madeira, objetos e móveis em diferentes pontos para tentar bloquear as vias do bairro. A Rua Doutor Assis Ribeiro, importante via da região, estava bloqueada desde as 18h15, de acordo com a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET).

O grupo protesta contra reintegração de posse em terreno da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) na região. A reintegração ocorreu em dez pontos de área com 8,5 mil metros quadrados chamada União de Vila Nova na manhã desta segunda-feira. Cerca de 150 famílias tiveram que sair de suas casas.

Segundo a Polícia Militar, ao menos uma pessoa foi detida durante os protestos ocorridos nesta tarde. Ela foi encaminhada para o 63º Distrito Policial, na Vila Jacuí, para averiguação. Por volta das 18h50, a Tropa de Choque da Polícia Militar entrou no Jardim Pantanal para tentar dispersar de vez os manifestantes. Com escudos, os PMs avançavam pelas ruas e lançam bombas de efeito moral e de gás lacrimogêneo.
O primeiro bloqueio nos trilhos ocorreu por volta das 16h45, fechando inicialmente o trecho entre as estações São Miguel Paulista e Comendador Ermelino. A CPTM decidiu, porém, interromper a circulação de trens entre as estações São Miguel e Brás, já na região central da capital, por volta das 17h10. As composições voltaram a circular às 18h, mas as estações seguiram fechadas, funcionando apenas para o desembarque de passageiros. Vinte minutos depois, as estações foram abertas para embarque e a circulação dos trens começou a se normalizar, segundo a CPTM.
Os manifestantes também atearam fogo a madeiras e móveis para bloquear o viaduto que liga a Rua Doutor Assis Ribeiro e a Avenida Santos Dumont. A Polícia Militar tentou dispersar os manifestantes utilizando bombas de gás lacrimogêneo. Por volta das 17h40, o grupo colocava fogo em móveis e em ao menos dois carros - um deles estava abandonado - para bloquear vias da região. A polícia tentava impedir que o trânsito fosse fechado.
Quando a circulação dos trens começava a retornar, manifestantes jogaram pedras nas composições que passavam. Um homem que estava próximo aos trilhos correu atrás dos manifestantes e chegou a apontar para eles o que parecia ser uma arma.
Na semana passada, moradores da ocupação fizeram um protesto contra a reintegração que terminou em confronto. Um grupo chegou a colocar fogo nas instalações onde eram feitos os atendimentos à comunidade e nos trilhos da Linha 12-Safira da CPTM.
Reintegração
Oficiais de Justiça, acompanhados de policiais militares, cumpriram na manhã desta segunda a reintegração de posse em um terreno da CDHU, na mesma região. Duzentos policiais militares acompanham a ação. Eles utilizaram spray de pimenta e bombas de gás lacrimogêneo contra os moradores que formam pequenos grupos para tentar impedir a demolição. Um fragmento de uma bomba de gás lacrimogêneo atingiu um fotógrafo que foi encaminhado ao hospital.
Moradores atearam fogo em uma casa de madeira e o Corpo de Bombeiros foi ao local. Policias da Força Tática com escudos do Choque formaram um cordão de isolamento no terreno. Cleide da Cruz, 25, moradora de uma casa do terreno havia um mês e meio, afirmou que não houve notificação para deixar a casa. "Estava dentro de casa com meus três filhos quando eles chegaram. Não notificaram nada. Eles simplesmente bateram na porta e pediram pra tirar as criancas" , disse Cruz.
A CDHU informou, por meio de nota, que chegou a negociar a "desocupação voluntária, mas não obteve êxito". A CDHU informou, por meio de nota, que os terrenos do núcleo União de Vila Nova, serão destinados à implantação de praças, ruas e escolas, foram ocupadas entre os dias 6 e 7 de setembro por moradores da região. “Para garantir a conclusão do projeto, a CDHU ajuizou ação de reintegração de posse, que foi deferida pela Justiça”, diz o texto.
Área destruída durante reintegração de posse na Zona Leste (Foto: Letícia Macedo/ G1)Área destruída durante reintegração de posse na
Zona Leste (Foto: Letícia Macedo/ G1)
A companhia afirma que a invasão das áreas com destinação social  “afeta  diretamente a população local  e  prejudica  o  processo  de  regularização fundiária do núcleo."  A nota ainda diz que os invasores são, na maioria, provenientes da própria União de Vila Nova e de regiões adjacentes. E que parte dessas áreas “já está sendo atendida pela urbanização”.
Segundo a CDHU, o núcleo União de Vila Nova é uma área urbanizada "por meio de um projeto integrado que beneficiou mais de 9 mil famílias com novas moradias e implantação de redes de água, esgoto e energia elétrica, iluminação pública, pavimentação de ruas, paisagismo, sistema de lazer, canalização de córregos e sistema de drenagem. Atualmente, o local está em processo de regularização fundiária, o que garantirá a cada morador a documentação regularizada de seu imóvel".
Reintegração de posse em terreno da CDHU na Zona Leste de São Paulo (Foto: Letícia Macedo/ G1)Reintegração de posse em terreno da CDHU na Zona Leste de São Paulo (Foto: Letícia Macedo/ G1)



 
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